Então todos os papagaios foram comer milho na terra dos ingleses. Porêm primeiro viraram periquitos porquê assim, comiam e os periquitos levavam a fama. Só ficara um aruaí muito falador. Macunaíma se consolou pensamenteando: “O mal ganhado, diabo leva... paciencia”. Passava os dias enfarado e se distraia fazendo o passaro repetir na fala da tribu os casos que tinham sucedido pro heroi desde infancia. Aaah... Macunaíma bocejava escorrendo cajú, muito mole na rede, com as mãos pra trás fazendo cabeceiro, o casal de legornes empoleirado nos pés e o papagaio na barriga. Vinha a noite. Aromado pelas frutas do cajueiro o heroi ferrava no sono bem. Quando a arraiada vinha o papagaio tirava o bico da asa e tomava o café da manhã devorando as aranhas que de-noite fiavam as teias dos ramos pro corpo do heroi. Depois falava:

— Macunaíma!

O dorminhoco nem se mexia.

— Macunaíma! ôh Macunaíma!

— Deixa a gente dormir, aruaí...

— Acorda, heroi! É de-dia!

— Ah... que preguiça!...

— Pouca saúde e muita saúva,

Os males do Brasil são!...

Macunaíma dava uma grande gargalhada e coçava a cabeça cheia de pixilinga que é piolho-de-galinha. Então o papagaio repetia o caso aprendido na véspera e Macunaíma se orgulhava de tan-