passarinhos de pavor e a propria natureza desmaiara e caíra num gesto largado por aí. A mudez era tão imensa que espichava o tamanhão dos paus no espaço. De repente no peito doendo do homem caiu uma voz da ramaria:

— Currr-pac, papac! currr-pac, papac!…

O homem ficou frio de susto feito piá. Então veio brisando um guanumbí e boleboliu no beiço do homem:

— Bilo, bilo, bilo, lá… tetea!

E subiu apressado prás árvores. O homem seguindo o vôo do guanumbi, olhou pra cima.

— Puxa rama, boi! o beijaflor se riu. E escafedeu.

Então o homem descobriu na ramaria um papagaio verde de bico doirado espiando pra êle. Falou:

— Dá o pé, papagaio.

O papagaio veio pousar na cabeça do homem e os dois se acompanheiraram. Então o passaro principiou falando numa fala mansa, muito nova, muito! que era canto e que era cachirí com mel-de-pau, que era boa e possuia a traição das frutas desconhecidas do mato.

A tribu se acabara, a familia virara sombras, a maloca ruira minada pelas saúvas e Macunaíma subira pro céu, porém ficara o aruaí do sequito daqueles tempos de dantes em que o heroi fôra o grande Macunaíma imperador. E só o papagaio no silêncio do Uraricoera preservava do esquecimen-