Então a cabeça pediu pros xexéus se ajuntarem e ficou noite escura.

— Meu fio ninguém não enxerga de noite, disse a aranha tatamanha.

A cabeça foi buscar um cuitê de friagem nos Andes e falou:

— Despeja uma gota cada légua e meia, fio branqueia de geada. Podemos ir.

— Pois então vamos.

A iandu principiou fazendo fio no chão. Com o primeiro ventinho que brisou por ali o fio leviano se ergueu no céu. Então a aranha tatamanha subiu por ele e da ponta lá em riba derramou um bocado de geada. E enquanto a iandu caranguejeira fazia mais fio de lá pra riba, o de baixo branqueava todo. A cabeça gritou:

— Adeus, meu povo, que vou pro céu!

E lá foi comendo fio sobessubindo pro campo vasto do céu. Os manos abriram a porta e espiaram. Capei sempre subindo.

— Você vai mesmo pro céu, cabeça?

— Uum, ela fez não podendo mais abrir a boca.

Quando foi ali pela hora antes da madrugada a boiuna Capei chegou no céu. Estava gorducha de tanto fio comido e muito pálida do esforço. Todo o suor dela caía sobre a Terra em gotinhas de orvalho novo. Por causa do fio geado é que Capei é tão fria. Dantes Capei foi a boiuna mas agora é a cabeça da Lua lá no campo vasto do céu. Desde