Infelizmente naquela noite recolheu-se mais tarde que de costume, e quando chegou já não era tempo de fazer coisa alguma. Toda a família, passou a noite na maior ansiedade, desvanecidas de certa hora em diante as esperanças de ver chegar o Leonardo a cada momento. Ninguém duvidava mais que alguma coisa tivesse sucedido ao Leonardo, e nos quadros medonhos que cada qual imaginava, a figura do major Vidigal aparecia sempre em primeiro plano; ninguém também duvidava que no quer que fosse que houvesse sucedido ao Leonardo, o major teria por força parte ativa e importante, senão principal.

Assim ao amanhecer do dia seguinte o primeiro lugar onde mandaram saber dele foi na casa da guarda. Mas, com surpresa geral, ele não se achava nela, nem sabiam notícias suas; procurou-se em diversos outros pontos, e nada de novo, nem novas nem mandados. Por lembrança de Vidinha foram procurar a comadre, e informaram-na de todo o ocorrido: a pobre mulher, que tudo ignorava, pôs as mãos na cabeça:

— Aquele rapaz nasceu em mau dia, disse ela, ou então aquilo é coisa que lhe fizeram; do contrário não pode ser...

E pôs-se logo a caminho a procurar o afilhado.

Na comadre estavam fundadas toda as esperanças; ninguém duvidava que apenas ela se pusesse na rua prontamente se saberia o destino do Leonardo. Enganaram-se todos, porque nem a própria comadre foi capaz de dar com ele, por tão bom caminho o tinha levado o major. Passaram muitos dias na mais completa ignorância a respeito do seu fim; e começaram desde então a aparecer suspeitas de que ele próprio