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Prefacio



NÃO ha documento mais precioso, relativo á terra brasileira em seus primordios, do que as presentes memorias de Hans Staden. Naufrago acolhido pelos lusos em S. Vicente, viu-se um dia esse allemão nas unhas dos tupinambás, rețido como presa de guerra durante mezes, sob a ameaça terrivel de ser devorado de um momento para outro. Staden defendeu-se com as armas da astucia e conseguiu implantar no animo supersticioso dos indios a crença de que um Deus, mais poderoso que os Maracás, o protegia visivelmente. Escapou, regressou á patria e lá publicou, em 1557, a narrativa ingenua da sua tragedia, fornecendo assim ao historiador futuro, e ao authropologo, o melhor documento sobre os homens e costumes do Brasil de 1550.

Mas esta obra de valor inestimavel, que devia andar no conhecimento de todos os brasileiros, vi-