Matemático e astrônomo, botânico e geólogo, industrial e moralista, higienista e filantropo, poeta e filósofo, Rebouças foi talvez dos homens nascidos no Brasil o único universal pelo espírito e pelo coração... Pelo espírito teremos alguns, pelo coração outros; mas somente ele foi capaz de refletir em si ao mesmo tempo a universalidade dos conhecimentos e a dos sentimentos humanos. Quem sabe se não foi a imagem que partiu o espelho! “Delirante ovação dos meus sonhos, escrevia ele em 15 de maio de 1888 no seu diário. Anuncio-lhes o projeto de Triangulação Moral e Cadastral do Brasil. Voto de louvor pela Congregação. Nova ovação. Carregado pelos alunos por todo o peristilo.” Da abolição ele foi o maior, não pela ação exterior, ou influência direta sobre o movimento, mas pela força e altura da projeção cerebral, pela rotação vertiginosa de idéias e sensações em torno do eixo consumidor e cadente, que era para ele o sofrimento do escravo. Era uma fornalha cósmica a que ardia nele. Se Rebouças ainda é visto no seu tempo como uma estrela de segunda grandeza, é porque estava mais longe do que todas... Dos evangelistas da nossa boa nova ele é que teria por atributo a águia... Há no seu estilo e nos seus moldes muita coisa que lembra S. João... Idealista todo ele é quase só por símbolos que escreve... A ilha da Madeira foi a Pathmos de um apocalipse