simples guarda-livros em uma casa do Recife, que no entanto fez todas as minhas eleições abolicionistas? A verdade é que era ele o espírito que movia tudo em meu favor; sem ele tudo teria corrido em outra direção... Essa é a melhor prova do caráter espontâneo, natural, popular, das minhas eleições do Recife, o ter bastado para fazê-las um homem como ele, sincero, dedicado, inteligente, leal, hábil, todo coração e entusiasmo sob uma máscara de frieza e misantropia, mas sem posição, sem fortuna, sem status político, sem ligação de partido, simples abolicionista, nunca aparecendo em público, e, além do mais, republicano confesso... Essa circunstância só por si mostra bem a sinceridade, a humildade, a ingenuidade de todo esse movimento de 1884-1888. Esse foi o meu paraninfo... Os muitos que trouxeram o seu valioso concurso para o sucesso da causa comum, ou para meu triunfo pessoal, como aconteceu com tantos, compreenderão o meu sentimento, quando ainda uma vez revelo o segredo da minha relação com o Recife, dizendo que Antônio Carlos, que nada era e nada quis ser, foi o verdadeiro autor dela... Não esqueço ninguém, a começar por Dantas, que me fez quase forçadamente seguir para o Norte a pleitear um dos distritos da Província: não esqueço decerto o dr. Ermínio Coutinho e o dr. Joaquim Francisco Cavalcanti, de cuja dupla renúncia resultou a minha inesperada eleição