não peço a Vossa Santidade um ato político ainda que as conseqüências políticas que a nação há, de sem dúvida, tirar do ato que imploro sejam incontestáveis. Felizmente, Vossa Santidade está em uma posição donde não vê os partidos, mas só os princípios. O que nós queremos é um mandamento moral, é a lição da Igreja sobre a liberdade do homem. Não há governo no mundo que possa ter a pretensão de que o papa, ao estabelecer um princípio de moral universal, pare para considerar se esse princípio está de acordo ou em conflito com os interesses políticos desse governo. Agora mesmo um sacerdote brasileiro foi preso por acoitar escravos. Nós, abolicionistas, por toda parte acoitamos escravos. Fazemos o que faziam os bispos da Média Idade com os servos. O sentimento da nação, isto posso afirmar a Vossa Santidade, é unânime, e a palavra do chefe da Igreja não encontraria ninguém para disputá-la.’

O papa então repetiu-me que a sua encíclica abundaria nos sentimentos do Evangelho, que a causa era tão sua como nossa, e que o governo mesmo veria que era de boa política reconhecer a liberdade a que todo o filho de Deus tem direito pelo seu próprio nascimento, e que o papa falaria ao mesmo tempo que da liberdade, da necessidade de educar religiosamente essa massa de infelizes, privados até hoje de instrução moral.