ondas, em relevos nítidos, em gravuras esmaltadas ao fundo dos horizontes.

Tudo o que pensaste, o que trabalhaste pela Forma, com nervos e com sangue; tudo o que te deixou despedaçado, na amargura da luta com o estilo e com a frase, cantará grandioso, solene, como os Salmos de Salomão.

Com essa natureza mística, quase religiosa, que possues, o Mundo te parecerá uma catedral vastíssima, colossal, de biliões e biliões de torres de cristal, de safira, de rubim, de ametista, de onix, de topásio e d’esmeralda.

E, à hora longínqua de profundo luar glacial e imóvel, de cada uma dessas torres sugira um espectro branco dos teus sonhos, como uma ronda fantástica, e os sinos plangentes vibrarão ao mesmo tempo, com tristezas noturnas e lancinantes, por todo o sepulcramento de teus Ideais.