faz sangrar as dores, perpetuar em bronze o remorso.

Amas a sombra, que esbate os aspectos claros, esfuminha os longes, turva e quebra a linha dos corpos.

Queres a noite, longas trevas amargas que confundam máscaras hediondas de Gwimplaines com faces loiras de deusas.

Noite igualmente deliciosa e dilacerante que te anule para os sentimentos humanos, que te disperse no vácuo, dissolva imortalmente o espírito num som, num aroma, num brilho.

Noite, enfim, que seja o vasto manto sem astros que tu arrastes pelo mundo a fora, perdido no movimento supremo da Natureza, como um misterioso braço de rio que, através de fundas selvas escuras, vai, por estranhas regiões, sombriamente morrer no Mar...

A noite tem, para a tua delicada sensibilidade, o majestoso poder de apagar-te dos olhos esses sinistros animais terríveis