Tem um filho... que está no collegio.
Tem marido... que anda sempre por fóra!
Será feliz? Quem ha que o possa dizer? Na sua pallida fronte marmorea não se reflecte senão uma sombra.
É a mulher do mundo na sua accepção mais genuina.
Viveu e vive da monstruosa vaidade que desde a infancia lhe deram por exclusivo alimento.
Sabe que é bella, invejada, cubiçada, admirada, odiada até!
Isto basta-lhe, isso a sacia e satisfaz!
Está sentada ao fogão na vasta sala opulenta povoada como outr’ora por tudo que ha mais bello e mais luxuoso.
Um grande candieiro espalha, atravez do seu globo fosco, uma luz discreta e tranquilla sobre a mesa oval cheia de bagatellas preciosas.
A condessa está só, e os seus olhos baços e amortecidos seguem as chammazinhas iriadas do fogão com uma insistencia pensativa.
Com a formosura perdeu a força dominadora que a tornava poderosa e querida.