MULHERES E CREANÇAS
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querem ir ao Club, querem tomar banhos quando não seja em praia elegante, ao menos na Ericeira; querem reunir á noute uma vez por semana, umas visitas que nunca vão, querem fazer emfim o que por ahi faz toda a gente.

Resultado d’isto, resultado inevitavel.

Deve-se na tenda, deve-se no carvoeiro, deve-se na modista, deve-se no sapateiro, deve-se na loja de fazendas, deve-se ás criadas.

A falta de seriedade na vida, acarreta comsigo um milhar de pequeninas humilhações insupportaveis.

As criadas vão á porta receber os credores, e trazem dentro os recados com um sorriso maganão que escapa a todas as reprehensões e a todos os castigos.

Se estão de mau humor resmungam, fazem causa commum com o inimigo, que é no fim de contas o confrade; se estão bem dispostas dão alvitres, inventam e lembram desculpas, lamentam a senhora, etc., etc.

De qualquer dos modos amesquinham os amos, estabelece-se entre elles e ellas uma intimidade funesta.

Destroe-se assim o respeito, disciplina, a obediencia, aquella hierarchia que tem de existir n’uma familia para que essa familia esteja bem organisada.

Um dia, as meninas, que teem recebido a educação