CAPITULO XVI
Cartas de um marido
Meu caro amigo.
Onde é que fui desencantal-a? perguntas tu com justificado espanto.
E tens razão.
O facto é que nunca a vi, valsando n’um baile á luz quente e abafadiça do gaz, decotada, cheia de pó de arroz e de suor, abandonando-se n’uma postura voluptuosa, nos braços de um sujeito esgrouviado, de casaca, collarinhos de papelão, e olhar que tenta ser magnetisador e irresistivel, e que depois de tamanhos esforços não consegue ser senão comico.
Nunca a encontrei cantando n’um concerto duetos apaixonados em beneficio dos meninos pobres, vendendo n’um bazar sorrisos de dançarina e bibelots de fancaria em beneficio dos velhinhos aleijados, representando