MULHERES E CREANÇAS
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creanças pallidas, anemicas, sem educação e sem solas; com os dentes podres e nodoas no vestido; os moveis indiscretos na mal disfarçada miseria, uma unica casa elegante — a sala — falsa taboleta de uma vida de imposturas; a roupa branca do marido encardida e grosseira, a toilette da mulher vistosa e mirabolante. As côres tapageuses, substituindo a qualidade fina e solida; a multiplicidade dos arrebiques, substituindo a simplicidade opulenta do trajo.

Quem depois de conhecer dous annos estas galés conjugaes, se resigna a viver n’ellas?

Os pequenos preferem o collegio sordido e brutal; o homem foge para o botequim ou para outros sitios peiores; a mulher vive na rua, na modista, no theatro, nas salas do seu conhecimento, no passeio, na ociosidade e depois Deus sabe em que!

Eis a vida creada pelo immoderado amor do luxo.

 

 

Afastemos porém os olhos d’estes quadros sombrios e que no entanto, leitora querida, tu bem sabes que não são carregados.

Imagine-se que transformada a sua educação, a mulher se formava unicamente para o interior da sua casa.

D’essa casa não fugiriam de certo os amigos fieis