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MULHERES E CREANÇAS

e dedicados, não se excluiam as pequenas reuniões intimas, a musica, as conversações artisticas, as leituras agradaveis, os alegres e joviaes serões.

O que se excluia sem appellação eram os inuteis apparatos.

Como a mulher tinha em mira ser só agradavel aos seus, deixava logo de armazenar todas as suas armas — o espirito, a graça, o sorriso, a amabilidade — para distrahir os estranhos, para agradar aos indifferentes.

Como desejava fugir ao tedio, á melancolia, ás enervantes tristezas da solidão, aprendia a dispensar as companhias banaes, fazendo seus companheiros, os melhores, os que nunca atraiçoam, os livros, a musica boa, as flôres, o trabalho.

Logo que, em vez de se enfastiar em casa, ella se, divertisse e se achasse bem junto dos seus, elles começariam mesmo involuntariamente a sentir-se aquecidos por essa boa e salutar influencia.

Ninguem póde estar aborrecido ao pé de uma pessoa que se diverte francamente.

O marido por mais que os negocios de fóra o preoccupem e enfadem, por mais que as luctas da arte, do commercio, da politica, da industria, o cansem e mortifiquem, ha de sentir forçosamente um raio de bom e salutar contentamento ao pé da esposa