MULHERES E CREANÇAS
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na vadiagem ignobil, se o pae tinha tido indifferença.

Em todos os casos, nada de commum podia haver entre essa mãe frivola e vaidosa, e esses filhos desprezados.

Os livros? Sim, os livros... Os que ella conhecera.

Eram romances.

Fallavam de paixões indomitas, de amores mais fortes do que a morte, de aventuras romanescas ao luar, com escadas de seda e capas couleur de muraille; de juramentos feitos em voz soluçante na sombra voluptuosa das alamedas; de duettos de ternura cantados pelas Rosinas e pelos Almavivas de torna-viagem.

Que lhe importava a ella tudo isso, que era agora o enlevo d’outras, embebecidas na mesma mentira que a transviára, mas que aos seus cabellos brancos parecia uma ironia cruel!

Mas a natureza é sempre mãe, a natureza acolhe até os mesmos parias.

Ella tem a sombra das suas arvores, a musica dos seus passaros, o aroma das suas charnecas em flôr, as serenas linhas das suas montanhas azues! Ella tem a claridade pallida das suas estrellas, a doce melopéa das suas fontes, o soturno e angustioso