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NEGRINHA



Era possivel. Era facto. Naquelle, como, em todos os exemplares da edição, lá estava, no hediondo relevo da dedicatoria a Fr. Luiz de Souza, o horripilantissimo — Que SABE-ME...


Aldrovando não murmurou palavra. De olhos muito abertos, e em todo o rosto uma estranha marca de dôr — dôr grammatical inda não descripta nos livros de pathologia — permaneceu immovel uns momentos, trnasformado, como a mulher de Loth, numa estatua de sal, — sal-amargo, pois que a amargura attingira nelle sua expressão suprema.

Depois, empallideceu. Levou as mãos ao abdomen e estorceu-se nas garras de repentina e violentissima dôr.

Ergueu os olhos para Frei Luiz de Souza, murmurando:

— "Luiz ! Luiz ! Lamma Sabachtani ? !"

E morreu. De nó na tripa, dizem uns. De prolapso do utero, opina Toledo Malta. Não importa o nome exacto da causa-mortis. O que im-