NEGRINHA 23

demais para a debil resistencia de uma alma com um mez de vida apenas. Enfraqueceu, definhou, como roida de invisivel doença consumptora. E uma febre veiu, que a levou.


Morreu na esteirinha rota. abandonada de todos, como um gato sem dono. Ninguem, entretanto, morreu jámais com maior belleza. O delirio rodeou-a de bonecas. todas louras, de olhos azues. E de anjos... E bonecas e anjos rodamoinhavam em torno della numa farandola do céo. Sentiu-se agarrada por aquellas mãosinhas de louça, abraçada. rodopiada.

Veiu a tontura. e uma nevoa envolveu tudo. E tudo regirou em seguida. confusamente, num disco. Resoaram vozes apagadas, longe, e o cuco pela ultima vez lhe appareceu, de bocca aberta. Mas, immovel, sem rufar as azas. Foi-se apagando. O vermelho da guéla desmaiou... E tudo se esvaiu em trevas...


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