O BUGIO MOQUEADO 63

que o urutú morava só — solteiro ou viuvo. Interpellal-o? Nem por sombras. A seccura e a má cara do facinora não davam lado á minima expansão de familiaridade; e, ou fosse real ou effeito do ambiente, pareceu-me elle em casa inda mais torvo que fóra, em pleno sol.

Havia na mesa feijão, arroz e lombo, além dum mysterioso prato coberto em que se não buliu. Mas a fome é boa cozinheira. Apesar de engulhado pelo bafio a mofo, puz de lado o nariz, achei tudo bom, e entrei a comer por dois. Correram assim os minutos. Em dado momento o urutú, tomando a faca, bateu no prato tres pancadas impreriosas. Chama a cozinheira, calculei. Esperou um boccado e como não apparecesse ninguem. repetiu o appello, com certo frenezi. Attenderam-no, desta vez. Abriu-se, devagarinho, uma porta e enquadrou-se nella um vulto branco de mulher. Somnambula ? Tive essa impressão. Sem pinga de sangue no rosto, sem fulgor nos olhos vidrados, cadaverica, dir-se-ia emersa do tumulo naquelle momento. Ap-