O JARDINEIRO TIMOTHEO 77


— Velludo de muro velho, é como chama Timotheo a essa muscinea invasora, filha da sombra e da humildade. E é bem isso; que ella fóge sempre aos muros novos, reseccos, vidrentos, esfogueados de sol para estender devagarinho o seu velludo vanguardeiro da tapera sobre os muros alquebrados, de emboço já carcomido pelo caruncho e todo aberto em fenda d'onde espiam lagartixas.

Havia no centro um nodoso pé de jasmin do Cabo, de galhos negros, e copa dominante, ao qual o zeloso guardião nunca permittiu que outra planta vencesse em altura.

— Tenha paciencia, minha negra !— conversava elle com as roseiras de setembro, teimosas em espichar para o céo vergonteas audazes. Tenha paciencia, que aqui ninguem olha de cima para o "Sinhô-velho".

E sua tesoura afiada punha abaixo, sem dó, todos os rebentos temerarios.

Cercando o jasmineiro havia uma corôa de piriquitos, e outra, menor, de cravinas. Mais nada.