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conseguiu a sensacional reportagem de entrar para a Maternidade, incognito, vestido de mulher.
—E que aconteceu?
—E’ boa. Foi descoberto. Ha escandalo maior? Pois o nosso homem achou idiota essa reportagem, assim como um artigo de fundo em que eu arrazava o Prefeito porque uma rua que dá para o morro do Cavallão tem capim em vez de sargetas.
—E’ difinitivamente um cretino.
—Um maniaco apenas. Olhe, V. ainda se preoccupa com esse negocio de literatura? Pois o homem é um assumpto. Escreve agora um livro acerca do valor symbolico de Adão nas legendas arabes e medievas. Que interessa Adão á humanidade?
—Nada, ou pouco menos.
—Está a ver. Eu cá quero escandalos, descomposturas, coisas fortes. Sirvo o meu publico. E conheço-o. O publico não quer outra coisa, porque afinal de contas este mundo não passa de uma corja de cavadores. Não! V. é um rapaz sympathico. Mas eu tenho a opinião do senador Bernardo Monteiro: — é preciso energia sempre que for possível. Demitto o homem!
Deixei o secretario sem arrependimento, e encontrei á porta do jornal um cavalheiro magro, bem vestido e muito educado.
—Sei que V. mostrou por mim ha minutos um certo interesse, apesar de não me conhecer. A sua bondade não podia ser senão uma forma