MEDITAÇÃO.
I. Vem, alma minha, ouvir as amorosas vozes que teu Deos te dirige no ultimo dia d'este oitavario. — «Sou o Imperador e Monarcha do Céo e da terra; porque razão te envergonhas de me servir? — Sou tambem mui rico, dadivoso e liberal, para quem a mim recorre, e desejo que todos me peção; porque me não pedes com verdade e singeleza de coração?»
II. «Sou a perfeita sabedoria do eterno Pai; e com tudo isto apenas te aconselhas commigo! — Sou fiel e verdadeiro amigo dos que me amão, aos quaes me dou a mim mesmo; mas quão raras vezes correspondes tu a esta amizade? — Sou caminho recto que vai ter á vida eterna; mas quantas vezes d'elle te extravias? — Sou verdade eterna que falhar não póde; porque razão te não fias de minhas palavras?»
III. «Sou manso e humilde de coração, facil de aplacar, e inclinado á misericordia; e porque, miseravel, te não acolhes a este porto de salvação? — Sou tambem justo