Vós, que á triste peccadora
Seus peccados perdoastes;
Vós que a Dimas escutastes,
Tambem me animai agora.
E se por minha maldade
Nada pode o meu clamor,
Livrai-me por vosso amor
Do fogo da eternidade.
Entre os vossos escolhidos
Minha alma depositai,
Para sempre me apartai
Dos que fôrem excluidos.
D'estes, que já condemnados,
E sem remedio, livrai-me,
Ao vosso reino chamai-me
Entre os bemaventurados.
Humilde pois d'esta sorte
Ante a vossa Magestade
Vos rogo, Senhor, piedade
No transe da minha morte.
E no dia lastimoso,
Em que toda a criatura,
Desde a fria sepultura
Deve ser alli chamada.
Para ser por vós julgada,
Vós, Jesus, meu doce bem,
Dai aos vosso bons fiéis,
O descanço eterno. Amen.