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querermos sarar o mal , cuja extirpaçāo levaria comsigo a existencia, o nosso trabalho deve limitar-se á mitigar os seus peiores feitos, e preparar os meios ás geraçōes futuras para se poderem livrar sem perigo da praga social de que nossos geradores nos tem dotado.

As consideraçōes suprá , resultados de huma observaçāo desinteressada, fixāo a opiniāo que devemos ter da escravidāo dos pretos, peculiarmente no nosso Brasil; agora resta examinar o modo de tirar o melhor partido possivel de huma situaçāo obrigatoria.

A escravidāo priva o homem livre da metade de sua virtude. Este rifāo nāo foi feito para pretos , sim para brancos , oriundos da primeira das raças humanas , da caucasica , e até para republicanos , Gregos e Romanos. Que diremos dos pretos, de raça infima , e sujeita aos appetites brutos do homem selvagem? Qual será a mola que os poderá obrigar a preencher os seus deveres? O medo , e sómente o medo, aliás empregado com muito systema e arte, senāo o excesso obraria contra o fim que se tem em vista.

Cada vez que os homens sāo applicados a hum trabalho superior ao premio que delle recebem , ou mesmo repugnante á sua natureza , he precizo sugueita-los a huma rigorosa disciplina, e mostra-lhes o castigo inevitavel. Sem este meio nāo haveria exercito de mar , ou de terra. Um branco , hum Europeo , abandonado á sua livre vontade , nunca