esteve esperando que o sol apparecesse no horizonte para pegar de cima da meza a chave do laboratorio , que o moço suppunha fora lȧ depositada de proposito no dia antecedente.
O Barāo , attendido pelo moço , dirigio-se ao laboratorio , e chegado ȧ porta , parou hum instante , e pareceo reflectir se despederia o jovem , e logo depois hesitou a abrir como quem recciava ver alguma cousa extraordinaria. Por fim armando-se com resoluçāo , elle deu a volta a chave , emporrou a porta , e entrou. O moço o seguio , e ficou assombrado á vista de hum objecto mui estranho , se bem que amavel , e encantador aos olhos.
A alampada de prata já nāo estava no pedestal , e em lugar d՚ella figurava huma jovem e linda senhora , vestida ȧ persiana , sendo o carmesim a côr dominante dos trastes. Mas ella nāo trazia nem mitra , nem turbante , nem outro qualquer toucado. Os louros cabellos estavāo amarrados por huma fita azul , retida na testa por ham broche d՚ouro , no centro do qual se via hum magnifico opalo , que entre os reflexos furtacores , distinctivo desta pedra preciosa deitava hum leve raio avermelhado , a semelhança d՚huma faisca de fogo.
Esta jovem senhora era apenas de altura medidiana , porem mui perfeita , e elegante nas proporçōes. O vestido oriental , com as amplas calças ligadas acima do tornozelo , realçavāo peizinhos os mais mimozos que fosse possivel encontrar : e a travez as mangas transparentes divisavão-se brassos,