V
Olhou-os e sorriu — todo o desprezo
Que um olhar conter pôde elle lançou-o
A esses dormidos ébrios parasitas. —
Mais feliz que Timon — não fora nenia
P'ra crêr-lhes no dizer — rira-se delles
Ao ouvil-os jurar—sentir infindo
Fundissima affeição de eterna dura...
……………
VI
Fôra-se ha muito a lua — mas a noite
O scintillar do céo tornara clara
De límpido fulgor — cahido o manto
— Com as dobras na mão sahira-se elle,
O Conde Lopo a passear ao fresco
Do ar livre dos campos.
O silencio
Si em derredor quebrava o som da aragem
Ou o accordado pássaro fugindo
Nos ramos sussurrantes — ou ao longe
A's vezes o estridor rouco dos gallos
A perturbar o somno ao fiel guarda
Do quedado cazal — o cão doméstico.