pároco". Era a sua maneira de anunciar a presença de Dionísia na cozinha.

Havia semanas que ela não aparecia - e Amaro, curioso, saiu logo da sala fechando a porta sobre si, e chamou a matrona ao patamar.

— Grande novidade, senhor pároco! E vim a correr, que é sério. Está cá o João Eduardo!

— Ora essa! exclamou o pároco. E eu justamente a falar dele! É extraordinário. Olha que coincidência...

— É verdade, vi-o hoje. Fiquei banzada... E já estou informada de tudo. O homem está mestre dos filhos do Morgadinho.

— Que Morgadinho?

— O Morgadinho dos Poiais... Se vive lá, ou se vai pela manhã e vem à noite, isso não sei. O que sei é que voltou... E janota, fato novo...

Eu entendi que devia avisar, porque pode estar certo que ele, mais dia menos dia, dá pela Ameliazinha lá na Ricoça... É no caminho para casa do Morgado... Que lhe parece?...

— Forte besta! rosnou Amaro com rancor. Quando não serve é que aparece. Então por fim não foi para o Brasil?

— Pelos modos, não... Que a sombra dele não era, era ele mesmo em carne e osso... A sair da loja do Fernandes por sinal, e todo peralta... Sempre é bom avisar a rapariga, senhor pároco, que se não vá ela plantar de janela...

Amaro deu-lhe as duas placas que ela esperava - e daí a um quarto de hora, desembaraçado do coadjutor, ia no caminho da Ricoça.