Marcondes não era tão mau assim! Tinha boas qualidades que o recomendavam logo de primeira vista! Depois, fora sempre um bom companheiro, muito prestadio e serviçal! No colégio prestara-lhe muitos obséquios e ele não queria mostrar-se ingrato! Mas a pouco e pouco, vendo o modo pelo qual lhe acolhiam as palavras, e os aplausos que sá Jovina continuava a receber, atrapalhou-se um bocado. No final das contas nem ele mesmo sabia explicar o que sentia, o que lhe ia pelo corpo adentro. Deixava-se porém arrastar pela correnteza de antipatias que convergiam para o Marcondes. Ele mesmo já estava cansado de encontrá-lo a todo momento, já gastara toda a reserva de amizades que acumulara durante anos, durante a prolongada ausência do amigo de colégio. E além disto, agora que o outro não estava ali, parecia-lhe tão boa a vida assim, sem um estranho a colocar-se de permeio às suas afeições! Tanto que se calou deixando a velha inteiramente senhora do campo, continuando indefinidamente nos seus sarcasmos e maledicências.