Uraguay 31
Sem companheiros, ſem amigos, ſempre

Com as armas na mão em dura guerra,
Ter por juſtiça a força, e pelos boſques
Viver do acaſo, eu julgo que inda fora
Melhor a eſcravidão que a liberdade.
Mas nem a eſcravidão, nem a miſeria
Quer o benigno Rei que o fruto ſeja
Da ſua protecção. Eſſe abſoluto
Imperio illimitado, que exercitão
Em vós os Padres, como vós, vaſſalos,
He imperio tyrannico, que uſurpão.
Nem são Senhores, nem vós ſois Eſcravos.
O Rei he voſſo Pai: quer-vos felices.
Sois livres, como eu ſou; e ſereis livres,
Não ſendo aqui, em outra qualquer parte.
Mas deveis entregar-nos eſtas terras.
Ao bem público cede o bem privado.

O ſoſſego de Europa aſſim o pede.

Aſſim