para a lua-de-mel. Iriam todos três morar juntos; teriam cozinheiro e uma criada que lavasse e engomasse. O rapaz trouxera peças de linho e de algodão, e ali, à luz amarela do velho candeeiro de querosene, enquanto a mãe talhava camisas e lençóis, a filha cosia valentemente numa máquina que lhe oferecera o noivo.

Uma vez, eram duas da tarde, ela pregava rendas numa fronha de almofada, quando o Bruno, cheio de hesitações, a coçar os cabelos da nuca, pálido e mal asseado, disse-lhe, encostando-se à ombreira da porta:

— Ora, Nhã Pombinha... tinha-lhe um servicinho a pedir... mas vosmecezinha anda agora tão tomada com o seu enxoval e não há de querer dar-se a maços...

— Que queres tu, Bruno?

— N’é nada, é que precisava que vosmecezinha me fizesse uma carta p’raquele diabo... mas já se vê que não tem cabimento... Fica pr’ao depois!

— Uma carta para tua mulher, não é?

— Coitada! É mais doida do que ruim! Pois se a gente até dos brutos tem pena!...

— Pois estás servido. Queres para já?

— Não vale estorvar! Continue seu servicinho! Eu volto pr’outra vez!...

— Não! anda cá, entra! O que se tem de fazer, faz-se logo!

— Deus lhe pague! Vosmecezinha é mesmo um anjo! Não sei a quem se chegue a gente ao depois que já lhe não tivermos cá!...

E continuou a louvar a bondade da rapariga, enquanto