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quizessemos provar que possuimos a força de resistir a essa razão, fal-o-hiamos; que seria humilhar o nosso orgulho, paralysar o nosso desejo dde nos tornarmos superiores, se pensassemos de outro modo.»

As nossas acções podem ser refreadas; se assim não fôra, qual a razão por que os homens em todo o mundo decretam leis? Essas leis são decretadas para serem obedecidas, pois é crença universal, é facto reconhecido, que o homem se submette a ellas tanto quanto ellas o determinam. Estamos convencidos, cada um nós individualmente, que não somos escravos de nossos habitos e tentações, mas sim senhores delles. E, embora lhes cedendo, reconhecemos que poderiamos resistir-lhes, e que, se quizessemos repellil-os inteiramente, não seria necessario, para conseguil-o, um desejo mais forte, uma vontade mais poderosa do que aquella que nos sentimos capazes de desenvolver.

Para gozar da mais ampla liberdade é mister que a intelligencia do homem se haja desenvolvido pelo estudo. E, á proporção que o espirito se esclarece e a consciencia affirma o seu poder, a responsabilidade do homem augmenta. Submette-se á influencia da Vontade Suprema, sem constrangimento, — fal-o satisfeito. E na sua crença, que denota o saber e a confiança, a sua humanidade se expande. Sente que por sua livre vontade, trabalhando de accordo com os dictames de uma lei divina, está praticando o bem, conquistando a sua supremacia.

«O homem sem religião, diz o arcediago Hare, é escravo das circumstancias; acima de todas estas está a religião, que póde eleval-o até além do seu alcance.» Thomaz Linch no seu Theophilo Trinal diz: «Emquanto não tomamos uma resolução firme, não somos livres. É necessario plantar primeiramente o fructo para depois se desenvolver a arvore. O homem que tem fé é a planta