— Pelo que vejo, replica Gonçalo com um riso amarelo forcejando por dissimular seu despeito, pelo que vejo não estás disposto a ceder-me por modo nenhum a tua amada. Pois bem, eu a tomarei por força.

— Não a tomarás, Gonçalo; eu te juro.

— E quem me impedirá?...

— Eu!

— Sai-te daí, criança; com um pontapé te arredarei do meio do caminho.

Gonçalo pronunciou estas palavras com ar de desprezo e compaixão e voltou as costas a Reinaldo. Este dá um pulo de tigre e agarrando a Gonçalo pelo braço empuxa-o violentamente e brada:

— Aqui, Gonçalo, aqui! se não és um fanfarrão, um cobarde, hás de pôr em execução as tuas ameaças, e já!

Gonçalo arranca o braço das mãos de Reinaldo, de um salto tomando distância a três passos, já de faca alçada, grita:

— Arreda-te daí, atrevido, antes que te ponha o bucho à mostra!

— A mim, fanfarrão! vem, que eu não arredarei um dedo; não temo as tuas bazófias.

Os dois contendores estavam em distância de quatro a cinco passos um do outro; as facas brandidas convulsivamente relampeavam ameaçadoras por cima