Mitre teve bastantes repugnancias que vencer da parte dos
seus compatriotas para entrar n'um accordo que conjugava com
os brazileiros os esforços argentinos dirigidos contra irmãos de
raça. O Imperio procurando os meios de esmagar com maior segurança
a tyrannia de Lopez, obedecia afinal ao instincto de conservação
da sua nacionalidade, arredando ou antes abafando
uma ameaça aos seus destinos que assumira gravidade; mas
ainda proseguiu na sua politica já tradicional de protecção ás
duas republicas menores na previsão de perigo mais serio por
parte da maior. Mais tarde, na Republica, o barão do Rio Branco,
herdeiro da habilidade paterna, quiz accentuar com a concessão
ao Uruguay do condominio da Lagôa Mirim a surda hostilidade
á Argentina que vinha de 1825, fazendo sobresahir aos olhos
do estrangeiro a differença entre o proceder franco do Brazil
nessa questão de soberania das aguas limitrophes a intransigencia
da republica platina no tocante á jurisdicção das aguas
do estuario. Tambem, depois de vencido Lopez, a diplomacia
brazileira ajudou em Washington a causa do Paraguay na controversia
relativa ao territorio do Chaco, submettida á decisão
arbitral do Presidente Hayes. O Paraguay passou a campo de
rivalidade entre as duas grandes nações da America do Sul, e
esta rivalidade surgiu logo depois da paz, imposta ao vencido
com manifesto, posto que officialmente silencioso, desprazer dos
outros paizes neo-hespanhoes, que mais desconfiavam da ambição
brazileira do que se revoltavam contra as «atrocidades» de
Lopez. Para conciliar a Bolivia, o Imperio com ella celebrara
em 1867 o convenio que lhe assegurava a posse do Acre e protegeu-a
depois, desejando que lhe fosse de preferencia attribuido
o territorio litigioso da margem direita do Paraguay acima do
Pilcomayo, previamente resalvado.
Os alliados tinham de antemão, pelo tratado de 1.º de Maio