Uma idéa occupa apaixonadamente e agita febrilmente toda
a epocha do Imperio no Brazil — a idéa de liberdade. Federalista
e republicano, o ideal democratico impoz-se successivamente
a todas as gerações que surgiram, embora pela continuação
o abandonassem, fosse pelo interesse das posições dependentes
até certo ponto do throno, fosse pelo effeito de novas
convicções nascidas da experiencia.
Chamou-se a isto pittorescamente o sarampo republicano.
A nascente era muito mais franceza do que americana. O snr. Franklin Jameson, director da American Historical Review ha bem pouco observava[1] que muito do que se attribue á influencia da revolução americana, foi antes devido a causas de alcance mundial, que operaram na Europa tanto quanto no Novo Mundo, com resultados perceptiveis em paizes mesmo que nada tiveram a ver com a revolução americana.
De 1822 a 1889 a monarchia foi a «cabeça de turco» dos publicistas. Quasi todos sobre ella experimentaram a força do pulso, com mais ou menos sinceridade, com mais ou menos talento. A propaganda anti-dynastica era feita pelos proprios monarchistas, quer dizer, pelos homens politicos que se diziam partidarios do regimen, posto que adversarios occasionaes do soberano. Os conservadores foram até os mais desapiedados.
O Libello do Povo encerrou a satyra mais cruel da Casa
- ↑ The American Revolution considered as a social movement, Princeton, 1926.