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O IMPERIO BRAZILEIRO

ção do povo, esgotando-se na lucta heyculea em que se via desamparado, sentindo-se grande entre gentes pequenas que não enxergavam com o seu descortino a lucta entre a Constituicão que queria amainar a tormenta e a revolução que queria subir demolidoramente » (7).

A dissolução de 1872 for normal e explica-se, como tantos exemplos em Westminster, pelo enfraquecimento da situação conservadora depois da ardua campanha parlamentar que libertou o ventre escravo, campanha de quatro mezes que foi das mais rigorosas e das mais violentas da historia do Imperio porque a facção conservadora hostil à opportunidade da mudança nas condições do trabalho não era a menos esclarecida nem a menos activa. Seu leader, Paulino de Souza, foi o mesmo em 1888 no Senado. O motivo daquela dissolução foi a moção apresentada para o adiamento da discussão do orçamento até o ministerio explicar à Camara as razões da sua recomposição e terem sido distribuidos os relatorios annuaes dos differentes departamentos. Reumiu a moção a maioria dos suffragios, mas o appello eleitoral ao paiz deu mais trez annos de vida ao gabinete abolicionista. Naturalmente “o advento dos liberaes em 1878 com o gabinete Sinimbú determinou outra dissolução: e mais uma, a votação da lei de eleição directa sob o gabmete immediato, presidido por Saraiva. Esta consulta à nação foi a mais livre que se fez no Brazil. Em 1884 houve a dissolução provocada pelo programma do gabimete hberal Dantas de liberdade dos sexagenarios, sendo o soberano aceusado de impôr as suas preferencias abolicionistas a uma Camara de opinião manifestamente contraria. Si o Imperador não tomasse porem por vezes o lugar da nação, o partido no poder ahi se perpetuaria e o partido adverso nunca teria a menor probabilidade de assuúmil-o (*.. A practica do systema representativo não era bastante honrada para que acontecesse diversamente e a rotação dos partidos fosse regulada pela linguagem franca das umas. O go-

(1) Vicente Licinio Cardoso, 4º margem do segundo reinado. O Estado de S. Paulo de 2 e 3 de Dezembro de 1925. (8) Tobias Monteiro, Pesquizas e depoimentos.