queretz mecina»[1]. Na Estremadura mêzinha passou a ter a significação restricta de «clister». — Os ee de meezinha são etymologicos: *me(d)ecina < lat. medicina-.
mente. Nos adverbios: vid. o que digo na Morphologia.
mentres que e em mentres que, emquanto: V, 2; XXXIV, 18.
meo, meio: III, 10.
meolo, miolo: prol., 18.
mercadaria, mercadoria: XLIII, 2. Este vocabulo creio que não estava ainda archivado nos nossos lexicos. Elle encontra-se em varios textos dos secc. XV e XVI, pelo menos, — por ex.: «per maneira de mercadaria»[2]; «de falsas mercadarias»[3]; «nam resguatando porém na dicta terra nenhũas mercadarias»[4]; «que os compradores nã paguẽ das dictas mercadarias»[5]. Conheço ainda mais exemplos. — Cfr. hesp. mercaderia.
merçee, mercê: XXI, 14.
mester. 1) Locução — faz mester «é preciso»: XL, 12; XLI, 29, 2) Plural — mesteres «necessidades», no seguinte passo, LXI, 20: muytos ajudey ao tempo de sseus mesteres, isto é, por occasião das suas necessidades, quando tinham necessidades.
[mi. Comquanto em XXIII, 12, em XLII, 11 e 13 (vid. nota respectiva) e LVI, 13 se leia my, e a fórma nasalada fosse precedida de outra sem nasal no uso geral da lingoa, é provavel que nestes passos haja mera falta de til, pois mim (mym), é muito frequente no ms., e em XLII concorre mym com my. Todavia cfr. o que se disse s. v. «bõo»].
milhor, melhor: IV, 6; XII, 31. No Leal Conselheiro, por ex. a p. 175, tambem se lê mylhor.
mintira, mentira: IV, 17.
missegeiro, mensageiro: XXXVIII, 7 (missegeyros). Alterna com missig-; vid. este vocabulo.
- ↑ Flamenca, 2.ª ed. (P. Meyer), v. 3023.
- ↑ Leal Conselheiro, p. 192.
- ↑ Cancioneiro de Resende, 1.ª ed., fol. XXV-r, col. 1.ª, verso 10. Sirvo-me do magnifico fac-simile feito pelo Sr. Archer M. Huntington.
- ↑ Foral da ilha de S. Thomé dado por D. João III em 1524, fl. 4: ms. da Torre do Tombo, gav. 7, maço 16, n.º 4. Este texto foi-me indicado pelo Sr. Pedro de Azevedo.
- ↑ Do mesmo Foral citado na nota antecedente, fl. 5-v.