Fab. xl. — L. 19) o dya = durante o dia. Na l. 21, porém, está de dia. Não me parece que na l. 19 o dia esteja por ó dia (= ao dia), de acordo com aa noute, l. 20, pois seria natural que o ms. tivesse ao dia. É vulgar no texto exprimir-se o tempo sem preposição. — L. 25-26) este vesso que diz: ne ssyt alterius. Ha aqui allusão a um verso das Fabulas do Anonymus Neveleti:
o qual em um dos manuscritos começa: Non sit alterius[2]. Cfr. a ultima parte d’este verso de Phedro:
Fab. xli. — L. 25) A expressão e diz, a que já me refiro na nota 1 que juntei á fabula, é estereotypada; d’aqui o engano do autor. — L. 30) hũu amyguo ssenpre lhe compre = a hũu amygio ssenpre compre. Anacoluthia. Cfr. a nota á fab. xxxviii, l. 21-22.
Fab. xlii. — L. 14) A palavra que transcrevi por jhore não é bem clara no ms. O amanuense escreveu primeiramente parece que chope ou chore, com o p ou r junto do e; depois emendou o c em j. Em todo o caso essa palavra é certamente jorre, fórma popular de rroje (vid. jorro em Moraes, Dicc., s. v.); cfr. l. 4-5. — L. 18) sseer auaros ao nosso proximo, i. é, para o nosso proximo, para com o nosso proximo. O autor, na moralidade, emprega ora avaro (auaro), ora auarento, para variar o estylo. — L. 19) A sigla ·s· significa scilicet. — L. 20) serue aos jdolos. A expressão servir os idolos é da Biblia, por ex. em S. Paulo Ad Corinthios, I, v. Tambem no Leal Conselheiro, cap. xlvi, p. 260, se lê: «aquesto fez a rey Sallamon .. adorar os ydolos .. porque .. foy feito servo de quem nom devera»; e no cap. vxxx, p. 202: «servidõoe dos ydolos».
Fab. xliii. — L. 14) depoys que o homem morrer. Emprêgo do futuro do conjunctivo com depois que; hoje diriamos depois de o homem morrer (infinitivo). Cfr. no Cancioneiro gallego--