castelhano de H. Lang, i (1902), vv. 438 e 458, des que eu morrer, segundo a correcção da Sr.ª D. Carolina Michaëlis[1] — L. 17) por o de Deus, não significa «por o marteyro de Deus» (ellipse), mas, como me indica o meu amigo e mestre o Sr. Epiphanio Dias, «por amor de Deus». O mesmo illustre professor apresenta-me os tres textos seguintes e illustrações latinas, em apoio d’esta explicação: pollo meu, em Azurara, Chronica da Guiné, cap. 85, expressão correspondente á latina meã causã «em attenção a mim»; polo seu, no Cancioneiro de Resende, iii, p. 617 («..aconselhado || foy el-rrey, qu’era forçado || polo seu de me matar», onde de me matar é sujeito grammatical de era forçado = era forçoso); polo meu, em D. Denis, ed. de Lang, v. 53, pag. 14 («e, senhor, nom vos venh’esto dizer || polo meu, mais porqu’a vós está mal», passo com o qual se póde comparar este de Cornelio Nepote, Epam., cap. iv: istud quidem faciam, neque tua causa, sed mea). Aos textos citados juntarei da minha parte mais dois, que encontrei ulteriormente: «e meus desejos me fazem || contente morrer por vosso», no Cancioneiro de Resende, 1.ª ed., fl. xliv-v, col. 5, vv. 5-6; e «pero me desamparades, || por vosso morrei[2] agora», no Cancioneiro gallego-castelhano de Lang, i, Nova-York 1902, vv. 15-16, p. 3, onde deve pois corrigir-se, no Glossario, p. 267, a definição «as your lover» em «por amor de vós».
Fab. xliv. — L. 3) que = de modo que. Cfr. lxi; 40. — L. 15) Arguu = Arguo, lat. Argus, guardador da vaca Io, o qual tinha cem olhos, como diz Ovidio, Metamorph., i, 625:
Na fabula de Phedro, II, viii, correspondente á nossa, não se menciona Argus, diz-se simplesmente:
onde centum está por «muitos», segundo o estylo latino, mas com visivel allusão a Argo. Esta allusão torna-se realidade nas Fabulas de Gualterius Anglicus, com as quaes as nossas mais directamente se relacionam; ahi se diz, lviii: si uenerit Argus[3]. — L. 29-30) e o sseu seruidor nom o vyo = ao passo que o seu servidor não o viu.