engratidõe, ingratidão: VIII, 23 (emgratidõoe). — A terminação -õe < lat. -tudine (neste exemplo ingratitudine) é ainda corrente nos sec. XIV e XV: vid. Cornu, Études de Phonol. Esp. et Port., p. 27.
enjuria, injuria: II, 6 (emjuria), XVIII, 12 (idem). Alterna com injuria em II, 15.
enjurioso, injurioso: XXIII, 36, 37.
entençom, intenção: XXV, 17 (emtençom).
entender, tencionar: XII, 8 (emtemdya). Cfr. Leal Conselheiro, p. 44: «entendo screver».
entom, então: XIV, 6 (entom).
entrementes, entretanto: XXVIII, 15 (entrementes que: «emquanto»).
entrevir, acontecer: XXXVIII, 21 (entreueo). Cfr. hesp. intervenir, entrevenir, «acontecer». no Dicc. da Acad. Hesp.
enveja, inveja: prol., 8 (emveja).
enxemplo, exemplo, fabula: XVIII, 12 (emxemplo), e passim. — O nasalamento inicial é frequente em palavras que começam pela syllaba ex-. Cfr. num texto do sec. XIV a seguinte phrase, onde enxemplo apparece no mesmo sentido que no Fabulario: «asy como diz hũu enxenplo de hũu sabedor que tinha hũu filho que muito amava»[1]. D. Duarte, sec. XV, emprega a palavra no sentido de «proverbio» no Leal Conselheiro, cap. XXXIX, p. 223, e no sentido usual em muito outros logares, p. 194, etc. Em hesp. arc. ha tambem enxyenplo, com en- inicial[2]. — A respeito de exemplo (port.) e enjiemplo (hesp.), no sentido de «proverbio», cfr. D. Carolina Michaëlis de Vasconcellos, Tausend Portugiesische Sprichwörter, p. 20, n.º 2.
er. Encontra-se na fab. XXXIII, 4, como particula reforçativa, junto de um verbo: «er esguardou, espelhamdo-sse na fonte». Do uso de er, quer nesta fórma, quer na fórma ar, se encontram muitos exemplos até o sec. XIV[3]. O Sr. Julio Cornu explicou er pelo pre-