H
haver, ter: II, 18 («nom ey tanto tempo»); IV, 12 («nom avia per hu paguar»); etc. No prol., 18, alterna aver e ter no mesmo sentido. Assim se justifica o sse ha de LV, 15 (e vid. nota respectiva). Em XL, 33, haver está substantivado e significa riqueza, palavra que mesmo lhe corresponde ib., 35.
hi, ahi: IX, 9, « d’hi»; XV, 3, «per hi» = ahi perto.
homem. Ao seu emprego como pronome indefinido, como o fr. on, me refiro no capitulo da Syntaxe.
homildosamente, humildemente: II, 5. — Vid. homildoso.
homildoso, -a, humilde: II, 23.
honra, acolhimento respeitoso, estimação: XXI, 2, «as aues fezerom grande homrra aos pãaos por a fremosura d’elles». Cfr. a ideia opposta em «desonrrar de maas palauras», XXIII, 2.
humecidio, homicidio: XLV, 31—32 (humeçidio). Alterna com omiçidio em XLV, 39.
I
ignocente. Mera variante orthographica de inocente ou innocente (II, 27 ignoçentes). O g resulta de confusão do lat. ignoscens, de gnoscere, com innocens, de nocere, e de haver varias palavras que se escrevem ora com gn ora com simples n.
imiigo, inimigo: XVI, 14 (jmijgos); XXXVIII, 18 (id.), 21 (id.), 22 (id.). Alterna com emiigo; vid. este vocabulo.
infiindo, infindo: XIV, 14 (jmfijmdos). Os dois ii são etymologicos: lat. infinitu-.
inico, iniquo: XXXI, 15 (jnicos). — Com quanto de origem litteraria, inico é a fórma corrente na litteratura antiga: cfr. Camões, Lus., IX, 59, «passaros inicos» em rima com bicos. A fórma actual iniquo é restaurada pela latina iniquus.
J
ja nunca, jamais, nunca mais: XXXIV, 26; LIX, 8. Cfr. jamais nunca no Leal Conselheiro, p. 115.