descontente, por isso, talvez, se agravara a hepatite.

Todo aquele mês passara o padre Antônio de Morais em projetos de reforma da paróquia, em assear o templo, em confessar beatas, examinar crianças ao catecismo, dizer missas e cantar ladainhas. A população estava muito satisfeita. Nunca vira um vigário assim tão sério e zeloso, tão ativo e pontual. Pela manhã a missa, rezada devagar,

a durar vinte minutos pelo menos, macerando os joelhos do povo nos tijolos da capela-mor. Em seguida, a confissão longa, minuciosa, cheia de conselhos patemais e de repreensões bondosas. A Maria Miquelina fora confessar-se, a mandado do professor, e voltara maravilhada. Ao meio-dia a aula dos pequenos; à noite a ladainha, puxada pelo vigário em pessoa, à luz duvidosa das lâmpadas de azeite de mamona...isto um mês a fio... uma delícia! no dizer da senhora D. Eulália. Beatas velhas e beatas novas bebiam os ares pelo padre vigário, rapagão de vinte