de casa, quando saíra reprovado em cálculo diferencial, ao segundo ano. Arranjaram-lhe um lugar de caixeiro de armarinho à Rua do Cano, mas não ficara no emprego mais de três meses. O patrão era um galego, burro como seiscentos galegos e malcriado como todos os da sua igualha. Chico Fidêncio não estivera para o aturar, e despedira-se da casa, passando-lhe uma descompostura descabelada. Um dos fregueses do armarinho, que tinha queixas do patrão, meteu-o de condutor num ônibus de carreira de S. Cristóvão. Era uma vida deliciosa, divertida, cheia de episódios interessante e que contribuíra muito para a educação do Chico Fidêncio. Ouvia tanta coisa! Estava a par da política toda, conhecia todos os homens notáveis, sabia de mil pormenores da sua vida pública e particular. Soubera da resolução do ministério na crise bancária de 1864, antes de publicada nos jornais, vira Christie furioso, por ocasião do conflito entre o Brasil e a Inglaterra, dera fogo ao José Liberato