rico. Macário estava contente. Era aquilo mesmo que ele desejava! Queria que estivessem ali todos aqueles devotos descontentes ou arredios, para ter o gosto de os ver vencidos, confessando o arrependimento, no balbuciar humilde da oração.

- Orate, frates, aconselhou o celebrante, voltando-se de novo para os fiéis. Houve um ruge-ruge de saias engomadas, e um ruído de chapéus-de-sol que batiam no chão. O povo ajoelhava.

Padre Antônio lia o Evangelho. Macário voltou-se de três quartos, e pareceu-lhe que pela fresta da porta lateral, a figura enfezada e biliosa do professor Chico Fidêncio espiava.

- Será possível?! murmurou Macário, fazendo esforços para certificar-se da verdade. Sim, não havia dúvida. De punhos rotos, seboso e mal vestido, com as botinas sem graxa, o cabelo sem óleo, pequeno e desagradável, o Chico Fidêncio ali estava. O arrojo do professor desnorteava o sacristão. O Chico Fidêncio ali, o ateu, o troscista,