olhos em alvo. Pelos cantos as velhas negrejavam, cochichando. Um calor forte, impregnado do cheiro acre de petróleo, de suor, do perfume de patchuli e manjerona, vinha da sala e assaltava a garganta dos recém-vindos. Um pó sutil levantava-se do pavimento recentemente varrido. A sala, nua, espaçosa, posto que pequena, tinha um ar alegre de festa, com as paredes brancas, as telhas vermelhas a descoberto, o chão de ladrilho, e os vestidos claros, enfeitados e engomados das senhoras.

Quando Macário entrou, a orquestra, composta do Chico Ferreira, tocador de flauta, e do Manduca sapateiro, rabequista, tocava a Varsoviana. Os rapazes, às portas, empurravam-se rindo, excitando-se mutuamente a romper a dança, nenhum queria ser o primeiro a tirar par, procurando disfarçar o pejo com galhofas e risadas! Estavam ali os mais pintados, os mais atirados, os mais bonitos rapazes de Silves. Eram o Totônio Bernardino, irmão do noivo, recém-chegado do Pará, onde cursara as aulas do Liceu