templo grego ou seria a miniatura duma basílica medieval, dessas soberbas construções de pedra, cuja contemplação arrebata a alma às alturas infinitas, mergulhando-a num sonho povoado de visões antecipadas das sublimidades do Empíreo. Poderia ainda buscar no movimento de renovação artística do século XV, o modelo inexpressivo e frio com que a decadência da fé religiosa parodiava a severa correção da forma greco-romana, no desespero de reproduzir o ideal do paganismo morto. Qualquer que fosse o estilo da futura igreja, colunatas gregas, relembrando a harmonia e a graça do politeísmo generoso e fecundo; ogivas góticas exprimindo as ansiedades da alma humana, sedenta dum ideal novo; flechas e agulhas agudíssimas, perfurando o céu para abrir uma entrada à fé do catolicismo ardente; ou zimbórios e abóbadas romanas, aliados às linhas puras, à fria elegância e à pobre correção dos artistas da Renascença, privados do sentimento religioso que inspira e realiza as