O sacristão de Silves tocava o primeiro sinal da missa conventual nos pequenos sinos da Matriz, num domingo de festa. A população, de volta dos castanhais, corria pressurosa ao templo, enchendo o adro de sobrecasacas de lustrina compridas e respeitáveis, de jaquetas de ganga, de saias de chita verde e de cabeções bordados à moda da Madeira, deixando entrever a pele morena e acetinada das mulatinhas faceiras e das caboclinhas sérias, de pisar duro que lhes faz tremer os seios. O capitão Manuel Mendes da Fonseca, de largas calças brancas engomadas, sobrecasaca aberta, chapéu de Manilha rico e raro -última lembrança do Elias - cavaqueava à porta da igreja com o tenente Valadão, que lhe contava como apanhara o João e o Pedro com a boca na botija, pretendendo vender ao Mapa-Múndi um chicote de tabaco de Irituia e dois ternos de riscadinho, novos em folha. O Dr. Natividade dizia numa roda, em que estava o professor Aníbal, que o Bernardino Santana conseguiria dele tudo quanto quisesse