Faria um esforço de abstração, e para a completar, fecharia os olhos, a fim de não ver o quarto, as paredes caiadas, o ladrilho lavado, as imagens dos santos penduradas em quadros de pau pintado de preto.

E então, lucidamente as recordações lhe foram chegando, em ordem, concatenadas, como uma história que lhe tivessem contado. Primeiro, de súbito, nas trevas, procurando remontar-se ao mais longínquo passado, via-se ajoelhado, olhos para o céu numa fervorosa prece, esperando o golpe que lhe deviam dar João Pimenta e Felisberto enquanto o Macário corria para o porto...

Sim, desta vez, a sua memória não o iludia. Os dois tapuios que de terçado em punho, cortando o mato que lhes impedia a passagem, se dirigiam para ele, eram o João Pimenta e o Felisberto. Um era velho, de face enrugada, cabelos pretos e corredios, narinas e beiços furtados, fisionomia de selvagem mal iniciado na civilização, em que sobressaía principalmente a estupidez,