finado padre João da Mata, dando-se-lhe a cama que fora do padre João, uma marquesa de palhinha, envernizada de preto, que ele guardava para as noites frias, por causa do reumatismo. João Pimenta e o neto tinham ido buscar a marquesa ao paiol, onde se achava por inútil, e a Clarinha, entretanto, ia e vinha, arrumando o quarto, e, quando a marquesa chegou, pôs-se a fazer a cama, curvando-se e deitando-se às vezes sobre o leito para prender a fímbria dos lençóis de linho, dum luxo raro naquelas alturas.

E daí em diante, nos dias seguintes, sempre aquele vulto de mulher, indo e vindo pelo quarto, cuidadosa, falando meigamente, e com uma solicitude incômoda. E então a figura de João Pimenta, calado e estúpido, limitando-se a duas saudações por dia, a do Felisberto, falando sem parar, curioso, impertinente, fatigante com o seu latim das brenhas e as suas receitas da mãe Benta de Maués para todas as moléstias, e a da Clarinha, a mameluca, a irmã do