Tudo era calmo e repousado em derredor; através das paredes de taipa caiada, ouvia-se o ressonar tranqüilo do João Pimenta e do Felisberto, alternando a respiração em sons agudos e graves, como à porfia de quem dormiria melhor; do outro lado, do lado do quarto de Clarinha, nenhum rumor se ouvia; lá fora haviam cessado as vozes noturnas da floresta no grande silêncio da madrugada. O frescor da brisa que penetrava pelas juntas mal unidas das portas, trazia um perfume suave de flor de laranjeira. Toda a natureza repousava, tranqüila e feliz na calma de uma noite estrelada e serena. Só ele não dormia, só ele não podia ter um momento de repouso, e pensava em morrer, maldizendo a vida. E por que morrer? A rede, a alva e macia rede que fora de padre João da Mata, oferecia-lhe o regaço de puro linho lavado, cheio de promessas. Por que não dormiria, ao menos para fugir à luta incessante que o torturava? Talvez que o sono lhe aconselhasse um meio de sair daquele