tinha padre Antônio o arrependimento, um arrependimento sincero, que o levaria até o martírio pela causa santa da religião que professava. Oh! ele bem sabia que resgataria aquela falta única da sua vida com o maior sacrifício que se pode exigir dum homem e mesmo dum padre. O seu caso não era, decididamente, pior do que o dos santos arrependidos, que renovavam os horrores dos gnósticos e picavam mulheres defloradas! Para as grandes faltas havia a grande misericórdia divina. O arrependimento lavava todas as culpas!

A argúcia lhe sorria, e ele próprio, com secreta vaidade, aplaudia a finura do sofisma e o bem lembrado da transação, pensando nos combates em que outrora vencera os silogismos do douto padre Azevedo. A luta íntima havia cessado, ele aproximara-se da rede, abrira-a, contemplando-a com um grande desejo sensual. Sentia-se outro homem, parecia-lhe que estava mais leve, que lhe haviam voado do cérebro umas nuvens que lhe tapavam os